terça-feira, 21 de maio de 2013

O ritual da estática


Quando eu ajudei meu amigo a se mudar da sua casa antiga, encontrei um pedaço amassado de papel. Quando abri, ele era todo cheio de desenhos estranhos e letras amassadas ilegíveis. Pareciam ser instruções. A primeira imagem que consegui ver nitidamente foi de uma velha televisão. Uma daquelas bem velhas com antenas grandes. Ao lado da TV havia uma pessoa, e de cada lado do corpo havia uma marca atrás. Também notei que havia essas mesmas marcas ao lado da TV, o que implicava que as marcas estavam designando o comprimento, para que esse processo, a pessoa deveria “caber” dentro da televisão. Antes de eu continuar olhando o papel, mostrei para meu amigo. Ele fez a mesma expressão que dúvida e confusão que eu fiz quando olhou o papel, e disse que havia retirado uma TV similar a do desenho de um dos quartos de cima da casa antiga e estava trazendo para a nova. “Deve ser algo que as crianças desenharam a um longo tempo atrás” e “longo tempo atrás”, quer dizer algo por volta de 1935. Era uma casa cara, e a família bem rica, uma das primeiras a ter uma televisão. Perguntei a ele se poderia ficar com o papel, e ele realmente não se importou com isso. Pensei em tentar fazer uma versão mais compreensível e reproduzir o procedimento.


Normalmente eu não consideraria uma atividade tão suspeita, mas o ritual parecia levar ao autoconhecimento e eu poderia me utilizar de algumas técnicas de relaxamento mental. Decidi digitar as instruções para que ficassem mais fáceis de entender. Após mais ou menos de uma hora de interpretação, concluí as seguintes instruções:


Requerimentos:

1.     Você deve ter uma televisão que seja de seu tamanho ou maior que a largura de seu corpo.
2.     Você deve ter uma banheira e vela.
3.     Sua televisão deve ser audível mesmo do banheiro.
4.     Você vai precisar de algum modo de saber as horas, deixe um celular ou um relógio no banheiro.

Passos:

1.     A meia-noite coloque velas no banheiro e as acenda. Encha a banheira com água. Todas as luzes da casa devem estar apagadas antes que você prossiga para o próximo passo.
2.     Ligue a televisão. Mude o canal até encontrar um que seja só estática. O som deve provir da própria televisão, e não de caixas de som/estéreos conectadas a ela. Sente-se de frente para a televisão e diga seu nome. Nada mais.
3.     Entre na banheira e simplesmente relaxe. Ouça o som da estática vindo da TV. Fique confortável e aguarde até uma hora da manhã. Então ligue a torneira da banheira. Você precisará sair e desligar a TV. Precisará então voltar ao banheiro e desligar a água. Se a banheira transbordar, bem, você terá uma bagunça para limpar e o ritual acaba para você. Seja rápido, mas não corra. A torneira ligada é para gerar ruído mesmo quando a TV for desligada. Volte para a banheira e deixe a água ser drenada (entrar no ralo). Quando estiver vazia, saia da banheira (e então pode colocar suas roupas de volta, eu suponho).
4.     Apague todas as velas, e lentamente direcione-se até a televisão que você desligou. Tenha certeza que deixou seu celular ou relógio no banheiro. Enquanto se aproxima, chame seu próprio nome, como se estivesse tentando encontrar alguém. Ao chegar à televisão, ponha as mãos sobre a tela e posteriormente a testa.
5.       Fale sobre si mesmo (no papel havia desenhado um balão de palavras ao lado da pessoa com uma pessoa dentro do balão, então essa foi a minha interpretação).
6.     Agora, você deve confiar no seu próprio senso de tempo. Se você acredita que são três da manhã ou mais tarde, retorne ao banheiro. Ligue a luz.

No último quadrinho do papel aparece a figura de duas pessoas após a luz ser ligada, uma delas sendo normal e a outra com o corpo feito de estática.


Este ritual é de caráter meditativo e não estou ciente de possíveis riscos. Faça-o por livre e espontânea vontade.

~Chuck

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Conversa pelo Facebook


Eu conheci James Vickers quando tínhamos cerca de 12 anos. Éramos vizinhos de porta, e eu costumava ir lá fora ao meu quintal jogar futebol sozinho, chutando a bola contra o muro. Foi assim que eu o conheci. Demorei um pouco para perceber seu rostinho de óculos olhando para mim da janela de seu quarto. Quando eu o vi, acenei para ele. Ele acenou de volta e abriu a janela para conversar comigo.

Falamos sobre muitas coisas. Interesses, comida favorita, jogos, todo tipo de coisa. Eu perguntei a James se ele queria descer em meu quintal para jogar futebol comigo. Ele recusou educadamente, dizendo que ele havia sofrido terrivelmente com asma, entre outras doenças, e que seus pais absolutamente se recusavam a deixá-lo sair pra fora de casa, ou deixar que alguém entre lá. Ele me perguntou se eu tinha uma conta no Facebook, e disse que gostaria de me adicionar para mantermos contato.

Verifiquei meu Facebook mais tarde naquela noite e aceitei o pedido de James, e a partir daí, ficamos conversando. Desse dia em diante, foi basicamente assim que nossa amizade progrediu. Eu ia pra escola de manhã à tarde, chegava em casa, fazia meus deveres e ia direto pro Facebook. Tínhamos um horário especifico para conversarmos, já que seu pai usava o computador pra trabalhar até tarde. Nosso horário de encontro era exatamente às 2:00. Passávamos a madruga inteira conversando, e só íamos dormir quando começasse a amanhecer. Foi assim durante cerca de 5 anos. Infelizmente, as doenças de James levaram a melhor sobre ele, e ele acabou ficando muito doente.

Até que o inevitável aconteceu. Eu não falava com James no Facebook durante muitos dias. Até passava algum tempo no meu jardim, esperando que ele abrisse a janela e me deixasse saber que ele estava bem. Ele nunca o fez. Ao invés disso, seu pai veio até minha casa numa noite de sábado e me entregou um pequeno convite para um funeral. "Ele nos disse sobre o quanto você dois tinham em comum." Seu pai me disse. "Você era seu único amigo, até onde sabemos."

O funeral foi muito tocante. Eu fiz o meu melhor para segurar minhas lágrimas, mas completamente perdi o controle quando Fields of Gold (sua musica favorita) começou a tocar enquanto eles levavam o caixão de James para longe. Depois do funeral, ainda vestido com meu terno, decidi pegar uma cerveja e minha velha bola e sai pra brincar um pouco no mesmo jardim onde eu havia conhecido James, em sua homenagem. Senti-me estranho ao saber que a sala que ele usou para falar comigo pela primeira vez agora estava vazia e desocupada.

Mas por mais triste que eu me sentia, eu sabia que ele estava em um lugar melhor agora. Um lugar aonde suas aflições não iriam mais incomodá-lo. Porém, sua morte tinha chegado tão de repente que o funeral simplesmente não tinha feito com que a ficha caísse pra mim. Talvez eu precisasse de algum tipo de “fechamento”, apenas para ter certeza de que James realmente havia partido, e não iria mais voltar. Então, naquela mesma noite, eu entrei no Facebook, mais uma vez, abri a janela de conversa de James, e digitei: "Olá, James". Neste momento eu percebi o quanto estava sendo bobo, e prontamente me levantei da cadeira, fechei as janelas e fui me deitar na cama. Eu deixei meu Facebook aberto, apenas para o caso de algum dos meus amigos me enviar alguma mensagem importante, mas acabei pegando no sono.

Porém, quando acordei na madrugada do dia seguinte, vi algo que arrepiou os cabelos de minha nuca. A única luz acessa que se emitia no quarto era da tela do computador, e quando olhei pra tela, na janela de conversa de James ainda aberta, vi as palavras "Visualizada às 2:00".

~Chuck

Minha namorada



Minha namorada e eu começamos nossas vidas adultas a pouco tempo e resolvemos morar juntos. Eu tenho 20 anos e ela 19. Em uma noite, ela adormeceu na sala de estar enquanto estávamos no sofá assistindo um filme.

Eu ouvi um barulho vindo do banheiro da nossa suíte, quase como se algo tivesse caído da prateleira de medicamentos. Eu acordei minha namorada quando me levantei do sofá. Ela olhou para mim e sorriu, "Onde tu tá indo, amor?" disse sonolenta. Eu disse para ela que achava ter ouvido algo, que provavelmente não era nada, e só queria dar uma olhada e ela acenou com a cabeça e voltou a cochilar. Ela estava meio estranha. Um pouco pálida, um tanto doente. Toda a situação era esquisita.

Normalmente, ela não é do tipo que fica feliz quando é acordada do nada. Eu encolhi os ombros e fiz meu caminho para o quarto com todo o cuidado possível, desconhecendo o que tinha feito aquele barulho. Quando abri a porta e liguei as luzes, meu coração saltou na garganta.

Lá estava minha namorada, dormindo na nossa cama. Eu tirei as cobertas de cima dela. Ela se sentou na cama e começou a me xingar. As frases eram algo do tipo "Que merda é essa que você está fazendo, porque as luzes estão acesas, não tá vendo que eu to dormindo?" Eu expliquei a situação para ela. e irritada ela explicou que tinha acordado cedo na manhã e tinha ido para a cama porque ali era mais confortável. Ela deu os ombros dizendo que eu estava sonhando ou provavelmente imaginando que ela estava no sofá comigo quando eu me levantei. Mas tinha sido tão real. E isso não explicava o barulho vindo do banheiro. Até hoje eu não faço ideia do que aconteceu naquela noite, ou quem estava comigo no sofá, mas eu sei o que eu vi e sei que era real.




~Chuck

domingo, 19 de maio de 2013

Eu sei que você está acordado


Eu estou deitado aqui há horas. Agora são 05:35 e não há muito que eu possa fazer. Você sabe qual é a pior parte sobre minha situação? Estou no mesmo quarto que meus pais. Eles continuam a olhar para mim, e eu não posso fazer mais nada alem de olhar de volta e tentar não chorar ou gritar. Seus olhos estão focados em mim e suas bocas estão abertas. Há um cheiro forte de sangue, e eu estou paralisada de medo.

O negócio é o seguinte. No momento que eu fizer qualquer coisa que mostre que eu não estou mais dormindo, estarei completamente fudido. Eu vou morrer, e não há ninguém por perto para me salvar. Estou tentando pensar em uma maneira de sair daqui, mas minhas únicas ideias são correr para a porta do quarto, sair pela porta da frente e gritar por socorro, esperando que os vizinhos me ouçam. É arriscado, mas se ficar aqui, eu certamente morrerei. Ele está esperando que eu acorde e veja sua obra-prima.

Você provavelmente deve estar se perguntando o que está acontecendo. Desculpe, as vezes, acabo me precipitando demais.

Cerca de três horas atrás, eu ouvi gritos do outro lado da casa. Levantei-me e fui verificar o barulho, mas no caminho, tive vontade de usar o banheiro. Ao invés de fazer a coisa certa e investigar, decidi usar o banheiro primeiro. Eu poderia ter morrido naquele momento, por causa de minhas ações estúpidas. Após usar o banheiro, dei uma olhada do lado de fora da porta. Havia sangue no tapete. Eu fiquei com muito medo, então corri de volta para o meu quarto e me escondi debaixo de meus lençóis, como o covarde que eu era. Tentei me convencer que estava imaginando coisas, que aquilo era apenas uma espécie de sonho vivido ou algo assim.

Eu ouvi a porta do quarto se abrir. Aterrorizado, dei uma rápida olhada de dentro dos meus cobertores para ver o que estava acontecendo, e eu pude ver alguma coisa arrastando meus pais mortos pelo quarto. O que quer que seja, aquilo não era humano. Não tinha cabelo, não tinha olhos, e não usava roupa. Ele andava como um homem das cavernas, com sua enorme corcunda pra cima enquanto arrastava os cadáveres de meus pais. Mas essa coisa era muito mais esperta do que qualquer homem das cavernas. Ele estava bem consciente do que estava fazendo.

Ele apoiou meu pai na beira da minha cama, e fez com que seus olhos sem vida ficassem me encarando. Depois, sentou minha mãe na cadeira do computador e a virou para mim também. Após fazer isso, a criatura começou a esfregar suas unhas pelas paredes, manchando-as com sangue. Para terminar, ele escreveu uma mensagem na parede que eu não conseguia ler no escuro.

Em seguida, ele se posicionou debaixo da minha cama, esperando para atacar.

A coisa mais assustadora é que agora, meus olhos se adaptaram à escuridão, e eu posso ler a mensagem na parede. Eu não quero olhar, porque é horrível só de imaginar essa situação. Mas eu sinto a necessidade de vê-la, antes que eu seja morto.

Tomei coragem, levantei meus lençóis e me deparei com a obra-prima da criatura:

"Eu sei que você está acordado."

~Chuck

O Homem da Meia-noite



              Os eventos aqui relatados se passam nas férias de verão de 1996, em uma pequena cidade do interior do país.

            Durante as férias, os jovens passavam dias e noites nas ruas, em grupos de amigos, procurando diversão. Entre esses vários grupos, existia um que simples brincadeiras e festinhas de amigos já não os deixava saciados, havia uma necessidade de mais adrenalina, algo que pudesse aterrorizá-los.
            Invadir casas abandonadas atrás de fantasmas ou jogo do copo não os trazia nenhum resultado, até o dia em que o grupo se recordaria sempre, o dia que foram jogar o “Midnight Man”.
         
            Estavam todos reunidos em frente a casa de Léo e Katie, irmãos e tinham o mesmo círculo de amigos. Léo era o mais velho, naquela época tinha dezessete anos, era de uma estatura elevada e ligeiramente malhado, o que fazia ser além de mais velho, o mais forte e pesado da turma. Katie era a caçula, de quinze anos, de certa forma magra, e diferente de seu irmão cético, acreditava em eventos paranormais. A ideia dada no dia anterior, o Jogo, a aterrorizava, mas não demonstraria isso nunca, era orgulhosa e metida a valente, afinal, era a única garota do grupo e tinha que se impor igualmente firme como os demais do grupo. Seus pais tinham viajado, fazendo aquela casa agora vazia perfeita para o evento.
         
 -Então, vamos tirar no palitinho quem vai participar e quem vai ficar de fora? Afinal só temos duas velas...

            Todos pegaram um palitinho, os dois que pagassem os menores entrariam no jogo, e os demais ficariam de fora, esperando tudo acabar. Léo e Katie foram os “sortudos” da vez. Parecia muita coincidência, talvez um truque dos demais do grupo para por os irmãos lá, invés deles...

            -Parece que será uma noite em família irmãzinha – Disse Léo
            -Idiota! Espero fiquemos bem nisso tudo. - retrucou Katie
            -Aposto que vai se mijar de medo na primeira hora – Após dito, soltou uma gargalhada sarcástica para a irmã, e ambos começaram o ritual.

            Escreveram os nomes no papel, fizeram um corte no dedo e pingaram uma gota de sangue no mesmo. Acenderam as velas, botando com cuidado em cima do papel, e bateram 22 vezes na porta da casa, exatamente a meia-noite, apagaram as velas e entraram na casa. O jogo tinha começado, tinham que sobreviver até às 3:33.

            -Acenda logo sua vela Léo, ou quer que ele te capture imbecil? - A recomendação da irmã foi atendida, e ambos começaram a andar pela casa com apenas a luz da vela.

            Aquela casa nunca esteve tão escura como naquela noite, não se via além de alguns palmos a frente do nariz, mesmo com a vela, e ela estava ligeiramente fria, mesmo após um dia quente do verão.

            Katie foi para a cozinha e seu irmão ficou pela sala. Katie tentava manter a calma, e sempre pondo em mente de nunca ficar parada, como dizia as regras. Andava com cuidado, olhando para os lados, com temor de que no próximo passo encontrasse a sombra do Homem da Meia-Noite. Ela achava estranho o silêncio da casa, nem latidos de cachorro da rua podiam ser ouvidos, nem o vento, nada... Isso a deixava irritada, somente escutava o som da chama da vela queimando...

            Após alguns minutos na cozinha, começa a ser possível ouvir um sussurro invadindo a cozinha, era algo que ela não entendia o que dizia, mas com certeza não era humano. A temperatura caía depressa, deixando o ar gélido. Ela sabia que ele estava próximo, e sai pela outra porta, levando-a a uma escada que liga os quartos do segundo andar a cozinha, e tenta se esconder no escritório da casa.

             Ela se sentia confiante por fazer tudo isso com calma, sem perder a cabeça, e segura. Começa a examinar o local, afinal nunca entrara lá a noite, e aquele cômodo estava enormemente sinistro naquela situação. Tinha uma mesa de madeira antiga, uma cadeira, e do outro lado uma estante lotada de livros, e retratos de família pendurados na parede. Em um dia normal era reconfortante aquele ambiente, mas a noite era outra sensação.

            Katie olhava tudo com o maior silêncio possível, não queria que ele a achasse. Um velho relógio denuncia que a primeira hora tinha passado. Sua atenção é chamada a uma foto na parede, que se recordava de ser uma foto em família, mas estava diferente. Seus pais, tios, avós... todos sumiram do retrato, ficando apenas ela e o seu irmão. Ambos com uma pele cadavérica na foto, e uma aparente agonia no semblante. Isso estava errado, afinal ela se recordava daquele dia, estavam todos felizes, era as Bodas de Ouro de seus avós, e nem na foto eles estavam!

            Seu olhar muda de foco para os outros retratos, todos da mesma forma, além dela e Léo, nenhuma pessoa aparecia neles. Um livro aberto na mesa se mostrava com as páginas em branco, Katie deduziu que o mesmo ocorria com os outros na estante. Um pânico envolveu seu coração,  ela não aguenta mais ficar naquele local e sai de volta ao corredor.

            Ela escuta passos, e desce pela sacada principal de volta a sala, fugindo.

            Estava igualmente escuro, sombrio, amaldiçoado aquela casa, e a sala não era exceção. Tentando
memorizar aonde esta cada um dos móveis, ela evita ir em direção a eles, mesmo tendo a luz da vela, mas
essa não iluminava o suficiente para ver muito além. Na penumbra ela vê uma sombra, e seu coração gela. Temia que o Homem da Meia-Noite tivesse a achado de novo, tão rápido! Mas não estava tão frio como na cozinha, e não escutavam nenhum sussurro. Reunindo suas forças ela vira seus olhos para a sombra, e usa a vela para iluminá-la, tendo a visão mais aterrorizante da sua vida.

            Seu irmão, Léo, estava parado, em pé, sem reação. Seu olhar era perdido e negro. Em suas mãos estava o sal, e em volta dele um quase círculo de sal, mas não estava completamente fechado, e alguns centímetros a vela apagada e caída no chão. Ele havia perdido o jogo! O medo a apavora, ele devia estar tendo o pior pesadelo de sua vida naquele momento! Vendo o relógio no pulso do irmão, estava marcando “1:34”. Ele teria quase mais duas horas de sofrimento, e ela, de agonia.

            Sussurros e passos são novamente ouvidos, vindo do segundo andar. Katie tinha que fugir, mas não queria deixar o irmão naquele estado. Puxá-lo não adiantaria, ela muito mais pesado que ela, e o tempo era curto. Ela pega o seu saco de sal, que já rasgara a ponta antes mesmo de entrar na casa, e completa o círculo do irmão, esperando que isso o salvasse do sofrimento, e rapidamente vai se esconder atrás das escadas, num vão com a parede.

            Ali embaixo ela estava num ponto estratégico, se o Homem da Meia-Noite viesse por um lado, ela poderia sair pelo vão do outro, e dar a volta e fugir para a cozinha ou os quartos do segundo andar. Observava com atenção e medo o fim da escada, esperando ver para qual direção o ser iria ir.

            Os passos ficavam mais altos, e os sussurros, se tornavam mais claros. Pareciam gritos, vozes agonizadas, em dialetos desconhecidos. Aquele som invadia seus ouvidos, tirando sua sanidade. Agora um som de impacto no som mudara, ele tinha terminado de descer as escadas, e um frio enorme invade o local, sugando toda energia do calor existente.

            Katie põe o rosto para fora de seu esconderijo, tentando ver algo, e ela vê. A visão a deixava com
uma sensação nunca sentida antes, muito pior da qual teve vendo seu irmão, sentia ânsia de vômito, e um desespero enorme invadira não só seu coração, mas sua alma. Ela vira uma sombra, hora parecia com uma pessoa, mas tinha algo a mais. Parecia não pertencer ao mundo normal, sentia que dela saía uma energia muito negativa. Não sabia dizer aonde ele começava ou terminava, era como se tivesse um vácuo de extrema escuridão aonde ele estava, uma escuridão tão forte que fazia contraste a da sala.

            Ele a olhava, ela não podia ver, mas sabia, sentia isso, um olhar de um predador vendo sua presa, indefesa e frágil. De nada ela podia fazer naqueles segundos que pareciam eternidades. A chama da vela se apagara naquele momento, como se o Homem da Meia-Noite consumira a energia dela. O desespero aumenta, Katie tinha que acender a vela em menos de dez segundos e fugir daquela entidade ao mesmo tempo, e não tinha tido tempo de ver por onde ele viria.

            Ela arrisca a correr pelo lado que levava a cozinha, mas desvio seu rumo e subiu a escada com pulos estrondosos, não se importava com o silêncio agora, a escada denunciaria sua rota de qualquer modo, pois era muito barulhenta, mas lá em cima ela tinha mais opções de esconderijo.

            Entrou na primeira porta a direita e fechou, mas tomando cuidado pra não fazer barulho. E acende a vela. Ela sentia que tinha passado de dez segundos, mas quem se importaria? O importante  era ter escapado daquele ser. Após essa descarga de adrenalina, ela sente vontade de chorar, de ter um ataque, mas nem isso ela consegue, o pavor era muito grande. E a ânsia de vômito aumentara. Ela levanta a tampa do vaso e vomita, era melhor por aquilo para fora do que prender, e abaixa a tampa de volta.

            No banheiro tinha outras velas, decoração de sua mãe. E ela pensara em usar aquilo a seu favor, e tentara acender as outras velas. Foi inútil, simplesmente não queimava, como se o pavio delas não existisse. Seu medo aumenta ainda mais, e num desespero resolve quebrar as regras e acender a luz da casa. Inútil de novo, era como se ela não existisse, como se a sociedade voltasse a era das trevas, sem energia. Só tinha sua vela como fonte de calor e luz. Outra denuncia de hora do velho relógio, agora eram duas da madrugada.

            Ao olhar para o espelho, ficara petrificada com sua aparência, pálida, quase sem vida, com uma pele fina e frágil. Parecia que naquele momento, o Homem da Meia Noite era o mestre do jogo, sua presença naquela casa tirava qualquer possibilidade de trapaça, por isso as regras de não acender a luz, não era pra estragar o jogo, e sim para não estragar a sanidade do jogador!

            Continuava a olhar sua imagem, mas aos poucos vê algo se movendo atrás dela, vindo da janela do banheiro. Parecia ser um de seus amigos do lado de fora da casa, mas como? Ela estava no segundo andar, não tinha como ele flutuar no ar. Ele parecia assustado, mas após alguns momentos mudara seu semblante, dava um leve sorriso maquiavélico.

            A ficha caíra, não era seu amigo, não era uma pessoa, era a entidade, ele achou seu esconderijo! Uma escuridão ainda maior invadira o ambiente pelas frestas da janela, e se juntavam numa mão tentando alcançar Katie. Sua vela começava a perder forças, e vendo o que ia acontecer, ela abre a porta e corre, corre muito mais aterrorizada e agonizada que antes.

            Corre para o quarto do irmão. Sem saída. Não tinha nenhuma porta lá além da qual entrara, e por onde aquela “Coisa” entraria logo. Sua solução foi entrar no armário e se esconder ali. Sentia passos vindo, e temendo que a luz da vela denunciasse sua localização, ela a apaga.

            Tinha dez segundos para acender de novo, como mandava as regras, mas quais seriam as consequências? Ela continua a ouvir passos e sussurros indo do corredor, ficando cada vez mais altos. Ele devia ter chegado na porta do quarto. Seu sangue congelara de medo, mentalmente rezava para ele ir embora. E sua prece é atendida, em parte. Os passos são escutados de novo, mas em outra direção, ele não descobriu seu novo recinto! Estaria a salvo por enquanto. Os passos sumiram, e ela acende sua vela novamente. Passaram mais de dez segundos? O tempo é relativo, ela não sabia dizer, mas estava feliz por escapar dele naquele momento.

            Um som ecoa a casa toda, o velho relógio da casa soa 3 horas da madrugada. Só restavam mais 33 minutos para o terror acabar. As regras mandavam nunca ficar parada, mas seria prudente sair do armário e ficar a mercê daquela entidade de novo? Racionalmente não, mas a razão não importava mais, afinal se ela fosse soberana, nada daquilo poderia acontecer. Ela sai do armário e do quarto.

            Ela tinha medo de voltar ao banheiro ou o escritório, então ela poderia voltar a sala, aonde seu irmão estava petrificado, ir para seu quarto, ou a suíte de seus pais. O último foi sua decisão.

            Era um quarto grande, com um banheiro espaçoso e um closet. Katie sentou na cama, e começou a chorar, finamente e de modo inaudível para não denunciar sua localização, mas chorava.
Sua pele fina daquela paranormalidade toda parecia ser cortada com as lágrimas, estava se sentindo frágil, e quase morta. Aquele jogo era demais para suportar. “Como meu irmão está, será que ele vai  sobreviver após o fim disso tudo?”, pensava.

            O som de seu choro é cortado de repente, ela ouve novos passos. Apesar de parecer seguro, aquele local era um beco sem saída, dessa vez os armários do closet eram abertos, e não tinha saída, se a entidade a achasse lá, fim de jogo. Os passos ficam mais forte, e sussurros são novamente ouvidos, sua alma congela. Ele sabia aonde a encontrar!

            Não tinha saída, então ela só tinha uma possibilidade, o círculo de sal. Ela resolve fazê-lo antes dele entrar no quarto, para não ter o mesmo fim do irmão. Ela pega o saco e começa a despejar seu interior no chão, numa circunferência. Ao terminar de fazê-la, a maçaneta da porta gira, e ela abre com força, batendo na parede.

            Ele estava ali, com uma energia mais negativa que tudo, sua vela apagara na hora, e a escuridão eterna invadiu o local. Ela ouvia não mais sussurros, mais gritos, gritos de sofrimento, como se fossem almas sofrendo! Daquela escuridão veio algo mais escuro ainda, a sinueta de um homem, ou o que parecia ser. Ele parou em frente a ela, fora do círculo, parecia fitar ela, e saiu. A escuridão diminuiu, e a temperatura subiu.
Um minuto depois, uma luz era vista no corredor, não de uma vela, mas de uma lâmpada, era do banheiro. A energia elétrica voltara. O relógio do quarto marcava “3:33”. Era o fim do jogo. O Homem da Meia-noite podia não ter a botado nas alucinações de seu pior pesadelo, mas aquela noite com certeza teria sido a pior experiência de sua vida!
       
    Reunindo suas forças, ela saiu do círculo de sal, e apertou o interruptor do quarto, e uma luz invadiu o ambiente. Ela olhou sua pele, e ela estava normal de novo, realmente tudo acabou. Ela chora, chora como nunca chorou na vida, e agradece a Deus pelo fim de tudo. Sons de cachorro latindo na rua são ouvidos, o silencio normal tinha acabado. Ela reuniu suas forças e foi até a sala ver seu irmão, acendendo todas as luzes no caminho. Ela o encontra encolhido no círculo de sal que ela completou mais cedo, e chorando. Ela pergunta se ele está bem, ele diz que sim, e que nunca mais vai desafiar o paranormal de novo.
           
~Chuck

sábado, 18 de maio de 2013

Coincidências


Há mais ou menos 2 anos atrás eu e minha mulher estávamos assistindo vídeos no youtube sobre mensagens subliminar.

 Alguns vídeos nos deixaram meio assustados mas continuamos assistindo. de repente o meu celular tocou. O número estava inibido, e o som era estranho, parecia aquelas estações de rádio do AM em que você só escuta estática (igual ao rádio transmissor do game Silent Hill). Alguns segundos depois ouvi vozes muito baixas ao fundo como de duas pessoas conversando uma com a outra e rindo, mas não dava para entender o que falavam. Fiquei dizendo "alô" várias vezes pra ver se respondiam, mas nada. Isso durou mais ou menos uns 15 segundos.

 De repente tive a impressão de ter escutado um "toc-toc" que parecia vir do telhado e no mesmo instante a ligação caiu (minha mulher disse que também escutou).  Eu e minha mulher ficamos um pouco assustados, mas nem tanto, afinal era o dia do aniversário da minha esposa e nós íamos à pizzaria pra comemorar. Deixamos o ocorrido pra lá e fomos a pizzaria. Essa noite não foi muito legal e chovia muito, meu pai tinha morrido fazia poucos meses e eu não estava me sentindo muito bem pra comemorar alguma coisa.

 Bom, terminamos a pizza e fomos pra casa.  Até aí tudo bem, o problema é que minha mulher tinha mania de mexer no meu celular pra ver as chamadas e então ela viu um número estranho nos números discados e perguntou pra quem eu tinha ligado. Eu não havia ligado pra ninguém àquela noite e o celular estava no meu bolso com as teclas bloqueadas. Então olhamos a hora em que foi feita a ligação e era exatamente a hora em que está-vamos comendo a pizza, comprovando que eu realmente não tinha feito a ligação.

 Mas tudo bem, pode ser que o telefone estivesse com as teclas desbloqueadas na hora e os números tenham sido digitados acidentalmente no meu bolso. mas a coisa mais estranha estava nos números que foram digitados:

20052010

 Mas o que tem de mais nesses números?

20052010
ou seja: 20-05-2010
que era a data exata daquele dia.

 De lá pra cá não aconteceu mais nada de anormal. mas até hoje me pergunto se tudo não passou de mera coincidência ou se realmente foi algo sobrenatural.  E se foi algo sobrenatural, qual foi o seu significado?

se alguém sabe ou passou por algo parecido, por favor comente.

~Chuck

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O valor de um sonho


Dê valor aos seus sonhos, pois eles podem ter o valor da sua vida.

Um garoto chamado Rafael estava passando por uma rua qualquer, quando viu uma multidão em volta de uma pessoa que estava contando sobre sonhos. O garoto então ficou lá e escutou o que aquela pessoa tinha a dizer, depois que ele terminou de escutar, achou que tudo aquilo  que tinha escutado era uma bobagem.

O menino havia escutado que quando uma pessoa sonha que um conhecido morreu, deve-se contar o sonho para este conhecido, assim poderá salvar a vida desta pessoa.  Quando a noite chegou, o garoto se deitou e dormiu rapidamente. Rafael começou a sonhar.

Sonhou com vários amigos, brincou e falou com muitas pessoas em seu sonho, mas logo depois as coisas ficaram estranhas... E então Rafael sonhou que seu amigo Henrique havia morrido.

No dia seguinte Rafael acordou sem se importar com o sonho, nem mesmo avisou nada ao Henrique sobre o sonho estranho que teve com ele.

Na outra semana Rafael recebeu uma noticia que Henrique havia morrido e em seguida foi ao enterro de seu amigo.

O menino mesmo assim não se importou de não ter avisado nada antes ao seu amigo, que havia morrido, ele achava que era bobagem e que uma coisa não tinha nada a ver com a outra.

Após isso o garoto foi para casa, já era noite e ele foi dormir. No dia seguinte Rafael acorda e sai para a rua, ele passa em frente a casa do seu amigo que morreu, mas surpreendentemente o garoto vê Henrique que estava vivo.

O menino foi até lá conversar com ele, perguntando como pode se um dia atrás Henrique estava morto e agora já está vivo novamente.

Rafael: Henrique?! Mas como?! Ontem mesmo você estava morto e agora está vivo!

Henrique: Rafael... Não é bem isso... Se você está me vendo não é porque estou vivo...

Rafael: Ah...? Então por que eu consigo te ver?

Henrique: Porque você também está morto.

Henrique: Um dia antes de eu morrer, sonhei que você também havia morrido, mas eu não tive tempo de avisa-lo porque no dia seguinte eu morri, e agora você também está morto.

~Chuck

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Eu estou aqui


Alguma vez você já sentiu uma sensação de estar sendo observado? Pois bem, sou eu. Você não deve acreditar agora, mas se eu te dissesse que por essas horas e horas que você está sentado em frente a essa tela, eu te observava? Enquanto você dormia, eu te admirava? Mas que motivos você teria para acreditar? isso é apenas uma história, não é? Você já está grandinho para ter medo do que existe embaixo de sua cama. Você não precisa ter medo, afinal, você já olhou, e não tinha nada lá. Será que não? Será que o que seus pais te contavam antes de ir dormir, era tudo mentira?

Não adianta olhar aos redores, você não vai me encontrar, mas será que por isso eu não existo? porque você não me enxerga? eu estou aqui, agora. Saia do computador, você já está a horas sentado em frente a essa tela, talvez assim você consiga fugir de mim, eu estou mais perto do que você imagina. Não vai adiantar me procurar, eu já disse, então não vale a pena o esforço de olhar aos redores do seu quarto, eu não vou estar embaixo da sua cama, mas sempre estarei por perto, você é uma obra de arte, em breve fará parte de minha coleção, será minha preferida.

 Há anos te venero, te admiro, mas só agora, que você já sabe de minha existência, poderei te ter aqui, comigo, poderá me ver, assim como te vejo. Saia um pouco de casa, aproveite o tempo que te sobra. Tome um banho, troque essa roupa, você não vai sair na rua assim não é? Antes de você ir, espere, tenho uma ultima coisa a falar, troque essa roupa, hoje está um dia quente, você está suado, e você não vai sair na rua com essa roupa não é ? Com tantas roupas bonitas aqui dentro..

~Chuck

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Um estranho no espelho


Sempre gostei de coisas assustadoras. Era daquele tipo totalmente cética, sempre buscando um desafio para por a prova o sobrenatural. Precisava disto e muitas vezes sequer entendia o porquê, era só um desejo de reafirmar o que eu pensava e talvez, no fundo, uma vontade de descobrir que havia algo mais.

Já tinha tentado parar com estas experiências um milhão de vezes, principalmente por causa de minha mãe, que não via com bons olhos esse meu interesse. Mas quando dava por mim, lá estava eu buscando, em algum site ou livro ocultista, uma idéia para por em prática esse meu estranho vício e, o que posso dizer, foi exatamente isto que ocorreu naquela tarde.

Era uma sexta- feira completamente normal. Voltei da escola e estava almoçando tranquilamente com meu irmão, quando minha mãe veio avisar que sairia com seu novo namorado. Aff, isto era um saco! Desde o seu divórcio, ela vinha saindo e acabava que eu que tinha que bancar a babá, mas naquele dia foi diferente, meu irmão pediu pra dormir na casa de um colega e já que mamãe deixou, eu passaria a noite sozinha.

Logo tive a idéia de aproveitar esse tempo e fazer alguma coisa pra testar meu medo, comecei a pesquisar e descobri algo muito interessante. Chamava-se ilusão do estranho no espelho e era muito simples, consistia em olhar seu reflexo de certa distância, iluminado apenas por uma luz atrás de você e, mesmo o site afirmando que se tratava apenas de uma ilusão, garantia que poderiam ser vistos monstros ou pessoas já falecidas. Assim decidi que era isto que eu faria naquela noite.

Eram 19 horas quando finalmente minha família saiu, depois de me despedir deles resolvi começar. Acendi uma vela e a coloquei numa prateleira que ficava de frente para o espelho do banheiro, apaguei a luz e comecei a encarar minha imagem.

Os minutos passaram, não sei dizer quantos, mas já estava desconfiando de que, como na maioria das vezes, nada aconteceria. Foi então que cometi meu maior erro, me aproximei do espelho, mesmo sabendo que deveria dar um espaço de 40 cm. Tornei a observar meu rosto, agora estranhamente com mais atenção, não sabia exatamente o porquê, mas toda aquela atmosfera estava me absorvendo.

Quando me dei conta, algo muito esquisito acontecia, era como se meu reflexo não acompanhasse meus movimentos, mas, diferente do que se espera, não fiquei com medo, pelo contrário, estava cada vez mais absorta no que via. Até que no meu momento de mais atenção, algo terrível aconteceu, a eu do espelho deu um sorriso totalmente demoníaco que me tirou do estado de quase transe, me fazendo bater violentamente com a cabeça na parede atrás de mim e desmaiar em seguida.

Abri meus olhos e me encontrei deitada em uma cama de hospital, vi minha mãe de relance perto da janela vindo até mim e logo fechei novamente os olhos imaginando que ela viria reclamar do que eu estava fazendo no banheiro, mas não, ela simplesmente me abraçou perguntando se estava tudo bem. Acho que o susto a fez esquecer-se da vela e eu preferi não tocar no assunto.

Pelo restante do dia não deixava de ter a sensação de que algo estava estranhamente errado, era como se o mundo ao meu redor estivesse diferente. Porém me disseram que era por ter passado a noite inconsciente e que por estar tudo certo teria alta no final da tarde. Assim minha mãe ligou para seu namorado que logo chegou para nos buscar.

Ao ver o carro notei algo engraçado, era um carro popular brasileiro, mas no modelo inglês, em que o volante fica do lado oposto ao que estamos acostumados. Tentei lançar um comentário sobre isso ser legal, mas fui respondida com um seco obrigado e achei melhor deixar isso pra lá. Devo ter dormido a maior parte do percurso até minha casa, por que só quando cheguei que tive a certeza que estava perdida.

Sai do carro em desespero ao ver que o numero do portão estava escrito de forma estranha, entrei em casa e tudo parecia no lugar errado, tudo invertido. Olhei um jornal e não conseguia entender o que estava escrito, as pessoas já estava se assustando com a minha reação. Me veio um bolo na garganta e uma vontade de chorar, corri pro banheiro e abaixei pra lavar o rosto e só então me veio na cabeça que estava aonde tudo devia ter começado, tomei coragem e levantei a cabeça só para ter a pior confirmação de todas: Meu próprio rosto no espelho rindo daquela familiar forma sinistra.

Já faz anos que estou neste mundo e bem, posso dizer que me acostumei. Já passei da fase de tentar voltar e hoje apenas evito olhar pro espelho, evito lembrar que alguém se passa por mim no mundo que um dia fora meu. Mas às vezes, só às vezes me pego pensando em como estão todas aquelas pessoas, amigos e familiares, que se tornaram meros reflexos.

E você, de que lado do espelho está?

~Chuck

domingo, 12 de maio de 2013

Lenda Urbana: O Palhaço da Casa Nº 09 (5/5)


Entrou no carro e pensou em tudo que ouvira. No fim das contas acabara ficando ainda mais com medo. Ligou o carro e passou na frente da casa N° 9 mais uma vez. Antes que fizesse a curva olhou para a velha casa e por segundos viu na janela, dezenas de crianças lhe encarando. Não tinham olhos e sim buracos negros que as deixavam com uma expressão totalmente sem vida.

Entre as crianças Augusto viu a menina que quase salvara, ela parecia lhe encarar. A garotinha comia um grande algodão-doce amarelo e atrás dela, reinando sob todos os pequenos, estava o palhaço. Feliz, sorridente.

Tudo foi muito rápido, Augusto não acreditou no que viu, esfregou os olhos e quando olhou de novo, a casa estava escura, aparentemente vazia. Acelerou seu Celta e partiu, não voltou mais naquela rua, mas também nunca mais se esqueceu dela.

Quando a noite chegava o homem sempre se lembrava das crianças sem vida lhe encarando e do maldito palhaço da casa N° 9.

 ~Chuck

sábado, 11 de maio de 2013

Lenda Urbana: O Palhaço da Casa Nº 09 (4/5)


Maria perguntou a Augusto se ela havia notado como a Rua Cesário Alvim era vazia naquela região e explicou que o motivo disso era por que as pessoas não tinham muita coragem de morar por ali. Diziam que aquela parte da rua continha uma energia negativa.

A mulher explicou que ainda morava ali, pois nascera naquele local e que nem sempre a rua fora deserta e assustadora como era agora. Contou que viu nascer a lenda que acabou com a vida da garota e que o início de tudo isso havia acontecido quando ela ainda era uma moça.

- Foi em 1965. Disse Maria de Lurdes. – Um dia, a rua ganhou um novo morador, um homem que dizia ter vindo de Curitiba, da capital. Esse homem veio morar na casa N° 9 e sua profissão era vender algodão-doce.

Augusto escutava tudo atentamente, procurando fazer ligações com o crime que havia presenciado.

- Esse homem se chamava Marcio, se não me falha a memória. Ele vendia seus doces vestido de palhaço. Mas Marcio só morou durante seis meses aqui, pois depois de um tempo, nós moradores descobrimos algo terrível. O homem era um pedófilo e oferecia doces de graça para algumas crianças em troca de caricias. Isso durou até o dia em que um dos meninos contou a história para o pai, então fizemos uma armadilha e conseguimos pegar o louco no flagra.

- Compreendo. Disse Augusto, ele estava hipnotizado pela narrativa de Maria de Lurdes.

- Mas naquela época meu filho, de nada adiantava nós chamarmos a policia como é feito nos dias de hoje. Isso se misturou com a raiva que todos estavam do novo morador e o resultado foi justiça com as próprias mãos! Alguns homens se juntaram e espancaram Marcio até a morte e para completar enterraram o corpo dele nos fundos daquele terreno da casa nove. O tempo passou e as coisas foram esquecidas, mas depois de alguns anos, quando ninguém mais se lembrava do acontecimento, coisas estranhas começaram a acontecer.

- Tipo o que? Perguntou Augusto.

- Mortes senhor policial, mortes. O tempo correu, e então todo ano, no dia em que nós moradores havíamos acabado com a vida do maldito palhaço, uma criança sumia.

Maria continuou:

- As pessoas ficaram assustadas, algumas diziam que naquela data, dia 19 de outubro, viam o palhaço andando pelas ruas, vendendo seus doces. Com o tempo os moradores começaram a deixar as crianças dentro de casa, sempre que chegava o dia do aniversario de morte de Marcio. Mais anos se passaram, e as pessoas começaram a transformar a realidade em lenda, assim como ignorar o desaparecimento de uma criança por ano, afinal são tantas que se perdem todos os dias? Não é verdade meu filho?
Desde tudo isso mais de quarenta anos se passaram, as pessoas agora tem medo da casa nove e medo da rua. Só eu sobrei, eu e o palhaço, que aparece uma vez por ano apenas para se vingar, para se alimentar e depois voltar para o mundo dos mortos. Acredita nisso policial? Concluiu Maria, perguntando.

Augusto não sabia o que responder, apenas agradeceu a mulher pelo relato e disse que aquilo havia sido de extrema importância. Maria não sabia que Augusto não era um policial, mas sabia que o relato dela não mudaria nada, não havia o que ser feito.

- Quem era a garota que morreu dessa vez? Perguntou Augusto antes de sair da casa da velha.

- Não tenho a mínima ideia, as vezes acho que ele fica um dia inteiro aqui e que vai buscar suas vítimas em outros lugares, hoje em dia é fácil ver aqui na cidade palhaços vendendo algodão-doce. Respondeu Maria rindo.

- Obrigado. Finalizou Augusto e se afastou da casa, indo em direção ao seu carro. O rapaz ainda chegou a escutar a velha dizendo.

- Fique com Deus garoto.

~Chuck

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Lenda Urbana: O Palhaço da Casa Nº 09 (3/5)


Depois de comparecer dois dias seguidos na delegacia de policia, Augusto foi liberado, mas tudo que passara acabara traumatizando o rapaz. O jovem queria esquecer-se de tudo, mas não conseguia, nos dias seguintes não dormiu, pois sempre que fechava os olhos a imagem do medonho palhaço ganhava espaço em sua imaginação.

Ele via o monstro devorando uma criança viva e para completar o pesadelo, o rapaz percebia que o garoto devorado era ele mesmo quando criança.

Uma semana depois do acontecido, depois de ter tentado ajudar a policia e de ser atormentado todas as noites por pesadelos com o terrível assassino, Augusto acordou decidido a entender o misterioso crime. A primeira coisa que fez foi visitar a rua novamente, as respostas só podiam estar lá.

Pegou seu carro e foi até o local onde tudo havia acontecido. Dessa vez Augusto prestou mais atenção e notou que aquela rua era a menos movimentada do bairro de Olarias. Conseguiu contar quatro casas apenas e então a rua acabava. O caminho seguia só para os lados.

A última casa da rua era a casa número nove. Fora lá que a pequena garota havia sido morta. O homem desceu de seu carro e bateu palmas em uma das casas que havia ao lado da n° 9, insistiu, mas ninguém atendeu. Então passou para o outro lado da rua e tentou outra casa, novamente nada. Parecia que o lugar era deserto.

Sem desistir Augusto tentou comunicação em outra casa, a que ficava mais distante da casa do palhaço. Bateu palmas e enfim alguém apareceu.

Quem saiu na porta da residência que estava com o N°6 rabiscado próximo a uma janela, foi uma senhora que aparentava ter mais de 60 anos.

- O que gostaria meu filho?

- Bom, eu queria fazer umas perguntas. Falou seriamente Augusto.

- Desculpe-me, mas eu não posso comprar nada. Falou a velha mulher com um tom educado.

- Não se trata de comprar, senhora, é sobre o assassinato que ocorreu aqui na rua semana passada. Explicou o homem.

- Você é da policia? Eu já disse tudo que sei e vocês não acreditaram, por que querem que eu repita de novo? A senhora estava sorrindo.

Augusto não compreendeu, a mulher morava ali perto, como a policia não acreditaria em suas palavras. Mas pensando bem, Augusto havia visto tudo e comunicado a policia e mesmo assim nenhuma das autoridades acreditou que quem matara a menina usava uma roupa de palhaço.

O rapaz acabou raciocinando demais e foi surpreendido pela voz da velha.

- Vamos rapaz eu não tenho o dia todo, você é da policia? Disse a senhora quebrando os devaneios de Augusto.

- Sim, eu sou. Mentiu Augusto e continuou. – Gostaríamos de ouvir seu relato apenas mais uma vez senhora, seria possível?

A mulher afirmou com a cabeça e caminhou até o portão, depois convidou augusto para entrar.

- Qual é o seu nome filho? Perguntou a mulher.

- Augusto, oficial Augusto. Falou o jovem sem jeito.

- Tudo bem… Augusto, eu sou Maria de Lurdes, mas me chame apenas de Maria, venha comigo, vamos conversar na sala.

Os dois entraram, Augusto viu que a mulher morava em uma casa muito simples e que aparentemente sua única companhia era um gato cinza que se encontrava dormindo logo na porta de entrada.

Maria mostrou uma cadeira para Augusto e o rapaz sentou-se, foi então que a mulher lhe contou toda a história que sabia.

- Você acredita em lendas Augusto? Maldições ou espíritos? Questionou a mulher.

Augusto sentiu-se desconfortável, aquela pergunta lhe assustara um pouco.

- Acho que sim. Respondeu o falso policial.

- Que bom, pois essa morte que acabou abalando a cidade está ligada a uma maldição, um causo que no passado foi verdade e depois passou a ser uma lenda… Hoje ela já foi esquecida.

- Continue senhora, por favor. Pediu Augusto. E assim, Maria contou tudo o que sabia.

~Chuck

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Lenda Urbana: O Palhaço da Casa Nº 09 (2/5)


Demorou dez minutos para a polícia chegar e conseguir arrombar a porta, nesse tempo os gritos da menina cessaram. Quando as autoridades invadiram a residência, Augusto foi junto.

A casa do lado de dentro estava totalmente destruída, não havia quase nada, parecia que o lugar fora a muito tempo abandonado.

Olharam no primeiro cômodo e não acharam nada, nem no segundo e no terceiro. Foi só quando entraram em uma espécie de porão que encontraram o que procuravam.

No meio de madeiras podres e muita sujeira, estava o corpo da menina. Torto, pois os braços e pernas haviam sido quebrados, assim como uma parte da cabeça que parecia estar comida.

A cena era horrível, um dos policias precisou se afastar para não vomitar. Augusto não acreditava naquilo tudo. Se tivesse sido um pouco mais rápido teria salvado a garota.

Então a polícia procurou pelo assassino, mas no restante do porão não havia mais ninguém. As autoridades fizeram buscas na região e depois de três dias procurando e fazendo perguntas aos vizinhos próximos, acabaram desistindo. O crime parecia não ter solução e a identidade da garota também não foi descoberta, ninguém foi identificar o corpo, mesmo depois de a mídia ter espalhado a noticia. No fim das contas a garota foi enterrada como indigente.

~Chuck

terça-feira, 7 de maio de 2013

Lenda Urbana: O Palhaço da Casa Nº 09 (1/5)

- Fale a verdade, você não tem nada a perder meu jovem. Disse o policial Antunes.

- Eu já falei! Era um palhaço, um maldito palhaço! Sei que parece loucura, mas eu vi com meus próprios olhos o momento em que a garota foi arrastada para dentro daquela casa!

Antunes pensou, tentou construir o quebra-cabeça do crime que havia abalado a cidade de Ponta Grossa, mas não conseguiu.

- Você tem certeza disso rapaz? Perguntou o policial.


- Sim. Respondeu Augusto.

Fora Augusto que chamará a policia, ele estava passando de carro pela Rua Cesário Alvim quando ouviu o grito da menina. Resolveu parar e ver o que acontecia, desceu do carro e encontrou a origem do grito.

O que Augusto viu foi assustador, em frente a uma velha casa, uma pequena garota era arrastada pelos cabelos, seu corpo de debatia no chão e era levado para dentro da estranha residencia. Quem lhe puxava era um sinistro homem que usava calças azuis, um macacão verde, com uma maquiagem sinistra cara. De longe Augusto não entendeu o que o homem era e foi só quando tomou coragem e partiu para ajudar a garota que sua visão melhorou. Sua mente deu um nó quando percebeu que o maníaco usava as vestes de um palhaço.

O rapaz viu que o estranho palhaço sorria com os seus dentes amarelados. Na face a tinta do rosto borrada quem sabe pelo sol que fazia naquele momento, escorria como sangue. O Palhaço não fazia nada além de arrastar a menina, que enquanto isso gritava por ajuda.

Augusto correu, mas antes que chegasse ao portão da velha casa o palhaço já havia levado a menina para dentro e trancado a porta. O rapaz socou a porta, queria salvar a garota, mas não havia como entrar por ali. Desesperado pegou o celular e ligou para a policia, nesse tempo tentou entrar por uma das janelas, mas não conseguiu, todas estavam trancadas e a casa do lado dentro estava escura.

Sem saber mais o que fazer, Augusto gritou, achou que os vizinhos poderiam ouvir, mas parecia que não morava ninguém a não ser o macabro palhaço naquela velha rua.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Eutanásia Coaster : A Montanha Russa da Morte

A Eutanásia Coaster é um conceito de montanha-russa de aço feita para matar seus
passageiros. Em 2010, foi feito o modelo com escala por um modelo de Julijonas Urbonas, doutorado pela Universidade Real de Artes em Londres.

Urbonas que já trabalhou em parques de diversão, afirmou que o objetivo de sua montanha-russa é de tirar vidas "com elegância e euforia". É um passeio à morte. Os 7 loops ou "inversões" coloca o organismo humano sob tal stress que faz com que o cérebro para de receber oxigênio, sendo que o coração não consegue empurrar o sangue por causa da movimentação. Mesmo que mate, pode ser que seja uma morte além de macabra, divertida.

CAPÍTULO 7 – Caça ao Tesouro


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Procuramos, procuramos, procuramos e não achamos absolutamente nada. Até que Jeanne escuta ruídos e sai correndo a procura da saída. Ainda traumatizada por tudo o que aconteceu, seu medo era maior do que qualquer coisa alí. Eu acabei ficando pra traz. Escutei um berro enorme de desespero da Jeanne. Corri ao encontro dela, mas só encontrei seu chapéu de bruxa jogado no chão. Eu sabia que algo estava errado. Lá o sinal do celular era muito fraco e ficava oscilando.
Eu estava ficando enjoada e meio tonta por causa do cheiro forte que ainda exalava dos velhos tanques da usina. Mesmo assim ainda continuava procurando pela Jeanne.
O local era infestado de ratos, insetos e vários outros animais nojentos que me davam calafrios. A noite era tomada pela sinfonia dos grilos e morcegos que ali abitavam. E no meio de todo o silencio escutei um barulho, era a Jeanne chorando. Corri em direção aos gritos e então me deparei com ela sentada ao lado de uma pia, com os olhos vermelhos e com o nariz sangrando.
Perguntei o que tinha acontecido. Jeanne me olhou com um ar diferente. Vi que ela não estava em seu estado normal. Jeanne com sua voz rouca e doce disse que estava bem e que só estava carente, precisando de um ombro amigo. Aquilo me deixou comovida. A envolvi em meus braços e quando menos esperava, ela tentou me beijar. Aquilo me deixou assustada… Como pode aquela amiga que tenho a tanto tempo, agora querer me beijar? Acabei cedendo por alguns instantes. Sua boca tinha gosto de sangue. Seu corpo cheirava a morte. Sua pele estava fria. Tinha certeza que havia algo estranho nela. Eu a empurrei, mas mesmo assim ela vinha pra cima de mim querendo me despir. Ela agia como um animal. Mais uma vez me atacou e beijou meu pescoço. Nesse momento senti um frio enorme na espinha. Jeanne sussurrou levemente no meu ouvido: “Não se deve brincar com coisas mortas, sua sapata vadia!“. Nesse exato momento Jeanne caiu em risos, uma gargalhada maléfica, totalmente única e diferente. Aquilo me arrepiou. Tirei Jeanne de cima de mim, a peguei pelo braço mas ela o puxou de volta gritando comigo. Logo em seguida desmaiou.
Victor e Bia chegaram para irmos embora e se depararam com aquela cena. Jeanne acordou e em uma fração de segundos sumiu novamente. Fomos a procura dela, e logo em seguida Bia desapareceu, deixando eu e o Victor a procura das duas.

~Chuck

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O Incidente Max Headroom

Em Chicago, no dia 22 de Novembro de 1987, ocorreu um incidente chamado de "O Incidente de Max Headroom", onde dois canais de televisão americanos foram hackeados e tiveram seus sinais invadidos por um grupo de homens misteriosos.

A primeira invasão ocorreu no Canal 9 (WGN-TV). Durante o jornal na transmissão do programa de esportes "The Nine O'Clock News", a imagem foi cortada por cerca de meio minuto, onde apareceu um homem usando uma máscara do Max Headroom. O vídeo era curto e sem som, apenas com chiado. Quando o sinal voltou ao normal, o apresentador, visivelmente espantado, falou: "Bem, se você está se perguntando o que aconteceu, eu também."

Mais tarde naquela noite, por volta das 11:15, durante a transmissão do episódio "Horror of Fang Rock" da série Doctor Who, Canal 11 (PBS WTTW), o sinal foi "hackeado" usando o mesmo vídeo que foi transmitido durante o Canal 9, dessa vez com áudio distorcido. A pessoa com a máscara de Max Headroom apareceu, como antes, desta vez dizendo: "Agora chega disso. Ele é um maldito nerd", rindo e zombando. "Sim, eu acho que sou melhor que Chuck Swirsky, liberal idiota".

O homem não identificado continuou a dizer várias coisas, incluindo o slogan publicitário da Coca-Cola "Catch the Wave", segurando uma lata de Pepsi , depois atirando a lata longe e fazendo um gesto obsceno com uma extensão de borracha sobre o dedo do meio (o gesto foi cortado na parte inferior da tela, devido ao close-up da câmera). Em seguida, ele pegou a lata de Pepsi e disse: "Seu amor está desaparecendo", antes de tirar a extensão de borracha e começar a cantarolar a música tema do desenho "Clutch Cargo". Depois disso, o homem afirmava ter feito uma "enorme obra-prima para os maiores nerds leitores de jornal do mundo". Ele então levantou uma luva, dizendo: "meu irmão está usando a outra", e colocou a luva, afirmando que ela estava suja e outras coisas incompreensíveis.



A câmera de repente mostra a parte de baixo do homem. Suas nádegas estavam expostas, e ele estava segurando a máscara (agora removida) para a câmera, enquanto era espancado com um mata-moscas por um cúmplice não identificado usando um vestido. Nisso, o homem dizia: "Oh não! Eles estão vindo para me pegar! Venha me pegar, vadia!". A transmissão em seguida foi interrompida, e a invasão terminou depois de cerca de 90 segundos.


O Canal WTTW, que mantém seu transmissor em cima da então Torre Sears , descobriu que seus engenheiros não foram capazes de parar o "intruso". De acordo com o porta-voz da estação, Anders Yocom, os técnicos de monitoramento da transmissão "tentaram tomar medidas corretivas, mas não conseguiram". "No momento em que o nosso pessoal começou a olhar o que estava acontecendo, tudo já havia acabado", disse ele ao Jornal Chicago Tribune. A WTTF foi capaz de encontrar cópias da invasão com a ajuda dos fãs de Doctor Who, que estavam gravando o programa no momento do incidente.

A WTTW e WGN-TV se uniram com a HBO como vítimas da intrusão do sinal de transmissão. O Incidente Max Headroom causou manchetes nacionais e foi relatado na CBS Evening News no dia seguinte. Ambos os canais invadidos receberam inúmeros telefonemas de telespectadores que perguntavam o que havia acontecido durante a invasão das estações.

Não muito tempo após o incidente, a WMAQ-TV inseriu de forma humorosa clipes do incidente em um noticiário durante o programa de esportes de Mark Giangreco. "Muita gente pensou que era de verdade - os hackers invadindo nossa transmissão. Recebemos todo tipo de ligações sobre isso", disse Giangreco.

Curiosidade: Max Headroom é um personagem Britânico computadorizado de 1984. Ele apareceu em um clipe de musica e foi sucesso imediato, ganhando programa de TV, jogos de vídeo games, e virou garoto propaganda da Coca-Cola

~Jackie


CAPÍTULO 6 – This is Halloween!

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As coisas ficaram mais calmas em Cancrovoll City.
Cinco semanas se passaram e nada mais aconteceu.Já era começo de setembro. Eu e Jeanne estávamos conversando na praça perto da minha casa, quando surgiu uma ideia perfeita. Uma festa de Halloween a fantasia. Aquilo era perfeito, imaginávamos como tudo poderia ser. Logo no outro dia, quando chegamos à escola, corremos por toda a escola avisando e chamando os alunos para a tal festa.A euforia era enorme. Todos ansiosos para a festa.
Na mesma semana começamos a planejar tudo. Local, horário, estilos musicais, ornamentação, completamente tudo. No decorrer do mês fomos arrecadando
uma pequena contribuição de cada um dos convidados.Os preparativos começaram e fomos comprar um pouco de tudo que víamos. O dia estava chegando, escolhemos como local da festa um prédio que havia na cidade. De fato o prédio não era muito usado em eventos. Estava bem deteriorado, perfeito para nossa festividade.
O prédio era bastante antigo. Sabíamos que ele foi reformado inúmeras vezes, e que antigamente era um casarão que foi transformado em um recinto para jovens rebeldes. O prédio era perfeito. Um ar super estranho envolvia todo o local.
Até mesmo seus portões davam uma sensação estranha.
O prédio era propriedade de uma velha senhora que morava pela redondeza. Quando pedimos o local, a senhora exitou um pouco, mas, com uma boa dose de insistência, a velha senhora acabou nos dando as chaves. A velha senhora ainda nos disse que tomássemos bastante cuidado, pois coisas entranhas já aconteceram lá. Levamos como brincadeira, pois era época de Halloween
e todos gostam de “meter” medo nas pessoas.Alguns dias se passam e lá estamos batalhando para que a festa saia como o planejado.
Foi feita uma Introdução, encerramento, playlist das musicas, alugamos um jogo de luz, máquina de fumaça e tudo mais que temos direito. Criamos até mesmo um caça tesouro, mas como queríamos participar também, mandamos nossos ajudantes esconderem o tal objeto.
Vi que Jeanne não se sentia muito bem naquele local. Sempre me falava que ficava enjoada e com fortes dores nas costas quando adentrava o velho local escolhido.
Jeanne dizia que ás vezes, podia até ouvir vozes, sussurros, ruídos e batidas mesmo que por frações de segundos. Claro que não nos alertávamos, pois o loca bastante antigo e também era uma época bem “macabra” pra todos nós, e tínhamos isso
como algo da nossa cabeça, nossa mente ou algo do tipo.
O dia da festa caiu numa quinta-feira. Minha mãe sempre me disse que na virada da quinta pra sexta-feira aconteciam coisas estranhas. Sabe, minha mãe sempre me falou que sentia e via coisas estranhas. Sim, ela é sensitiva. Mas isso não abalou as estruturas da festa, tudo estava perfeito e o grande dia chegou.
Todos os convidados desciam a rua, todos completamente fantasiados, indo pro local combinado. As fantasias eram sexys, aterrorizadoras e até mesmo infantis.
Eu fui fantasiada de Chapeuzinho Vermelho, com várias marcas mordidas e arranhões, como se o lobo tivesse me pegado. Jeanne estava fantasiada de um tipo de Rainha das Trevas, onde estava com um enorme vestido longo com uma fenda onde podia ver suas pernas. Victor foi fantasiado de Palhaço, completamente ensanguentado e com uma maquiagem perfeita. Já bia foi de Enfermeira, com um vestido curtíssimo de couro branco, cinta liga e sapatos de salto alto da mesma cor.
Nós, os organizadores, estávamos perfeitos.

A festa começou, depois da Abertura da festa, o jogo de luz ornamentado com a música eletrônica rolou solto e a festa começou a rolar. Nada poderia estragar esse dia. Tudo estava perfeito.
Ao decorrer da festa percebi que Jeanne não estava muito bem. Não dançava, ficava sentada olhando pra todos alí presente. Fui falar com ela, mas não conseguir tirar nada dela. Ela foi tomar um ar fresco e saiu do prédio. Foi dar uma voltar pelos arredores do prédio velho. Voltei para a festa e assim a noite rolou solta.
Com o tempo, percebi que Jeanne estava demorando muito e fui ao encontro dela… Encontrei Jeanne no chão, do lado de fora perto de um quarto, como se fosse um almoxarifado no final do quintal do prédio. Corri em direção a ela, e lá estava Jeanne deitada no chão. Não parecia ter sofrido nenhum acidente ou algo do tipo. Logo ela acordou, levantou-se e saiu andando pra dentro da festa. Achei que ela estava zoando comigo e entrei na vibe. Voltamos para a festa e logo o grande momento chega. A caça ao tesouro. Recebemos um bilhete dos três ajudantes que esconderam o objeto. No bilhete havia todas as instruções, dicas para achar o tal objeto. O Tesouro era uma cabeça de Manequim. E quem trouxesse primeiro até seu devido lugar ganharia um prêmio master. Os ajudantes deram o sinal de partida e todo foi à procura dessa cabeça de manequim. As dicas eram: o pátio do prédio,
o bosque do outro lado do muro e o parquinho velho.
Todos locais bem próximos.

Todos fomos correndo em busca do Tesouro. Eu, Victor, Bia e Jeanne fomos pelo bosque. Estava escuro, sombrio. Propício para uma noite de Halloween como aquela. Ruídos e rangidos nos cercavam. O bosque ficava amedrontador à noite. Acabamos tendo que nos separar numa bifurcação na mata. Eu e Jeanne, Victor e Bia. Marcamos para nos encontrar exatamente uma hora depois em frente a velha usina. Meu grupo foi por mata adentro. Em fim chegamos na usina abandonada no centro do bosque. Lá tinham canos enormes, tanques gigantescos e uma grande chaminé. Então entramos a procura da cabeça
e minha intuição dizia que iriamos achar algo alí…

~Chuck