sexta-feira, 10 de maio de 2013

Lenda Urbana: O Palhaço da Casa Nº 09 (3/5)


Depois de comparecer dois dias seguidos na delegacia de policia, Augusto foi liberado, mas tudo que passara acabara traumatizando o rapaz. O jovem queria esquecer-se de tudo, mas não conseguia, nos dias seguintes não dormiu, pois sempre que fechava os olhos a imagem do medonho palhaço ganhava espaço em sua imaginação.

Ele via o monstro devorando uma criança viva e para completar o pesadelo, o rapaz percebia que o garoto devorado era ele mesmo quando criança.

Uma semana depois do acontecido, depois de ter tentado ajudar a policia e de ser atormentado todas as noites por pesadelos com o terrível assassino, Augusto acordou decidido a entender o misterioso crime. A primeira coisa que fez foi visitar a rua novamente, as respostas só podiam estar lá.

Pegou seu carro e foi até o local onde tudo havia acontecido. Dessa vez Augusto prestou mais atenção e notou que aquela rua era a menos movimentada do bairro de Olarias. Conseguiu contar quatro casas apenas e então a rua acabava. O caminho seguia só para os lados.

A última casa da rua era a casa número nove. Fora lá que a pequena garota havia sido morta. O homem desceu de seu carro e bateu palmas em uma das casas que havia ao lado da n° 9, insistiu, mas ninguém atendeu. Então passou para o outro lado da rua e tentou outra casa, novamente nada. Parecia que o lugar era deserto.

Sem desistir Augusto tentou comunicação em outra casa, a que ficava mais distante da casa do palhaço. Bateu palmas e enfim alguém apareceu.

Quem saiu na porta da residência que estava com o N°6 rabiscado próximo a uma janela, foi uma senhora que aparentava ter mais de 60 anos.

- O que gostaria meu filho?

- Bom, eu queria fazer umas perguntas. Falou seriamente Augusto.

- Desculpe-me, mas eu não posso comprar nada. Falou a velha mulher com um tom educado.

- Não se trata de comprar, senhora, é sobre o assassinato que ocorreu aqui na rua semana passada. Explicou o homem.

- Você é da policia? Eu já disse tudo que sei e vocês não acreditaram, por que querem que eu repita de novo? A senhora estava sorrindo.

Augusto não compreendeu, a mulher morava ali perto, como a policia não acreditaria em suas palavras. Mas pensando bem, Augusto havia visto tudo e comunicado a policia e mesmo assim nenhuma das autoridades acreditou que quem matara a menina usava uma roupa de palhaço.

O rapaz acabou raciocinando demais e foi surpreendido pela voz da velha.

- Vamos rapaz eu não tenho o dia todo, você é da policia? Disse a senhora quebrando os devaneios de Augusto.

- Sim, eu sou. Mentiu Augusto e continuou. – Gostaríamos de ouvir seu relato apenas mais uma vez senhora, seria possível?

A mulher afirmou com a cabeça e caminhou até o portão, depois convidou augusto para entrar.

- Qual é o seu nome filho? Perguntou a mulher.

- Augusto, oficial Augusto. Falou o jovem sem jeito.

- Tudo bem… Augusto, eu sou Maria de Lurdes, mas me chame apenas de Maria, venha comigo, vamos conversar na sala.

Os dois entraram, Augusto viu que a mulher morava em uma casa muito simples e que aparentemente sua única companhia era um gato cinza que se encontrava dormindo logo na porta de entrada.

Maria mostrou uma cadeira para Augusto e o rapaz sentou-se, foi então que a mulher lhe contou toda a história que sabia.

- Você acredita em lendas Augusto? Maldições ou espíritos? Questionou a mulher.

Augusto sentiu-se desconfortável, aquela pergunta lhe assustara um pouco.

- Acho que sim. Respondeu o falso policial.

- Que bom, pois essa morte que acabou abalando a cidade está ligada a uma maldição, um causo que no passado foi verdade e depois passou a ser uma lenda… Hoje ela já foi esquecida.

- Continue senhora, por favor. Pediu Augusto. E assim, Maria contou tudo o que sabia.

~Chuck

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